12 de janeiro de 2012

Sobre os nomes.

E Deus chamou de homem. E Platão nominou. Para tudo: um nome. Ano após ano, palavra após palavra, línguas e mais línguas, nomes e mais nomes. João, Rodrigo, Pedro, Fabrício, Nikolas, Alan, Luiz. Às coisas, nomes. Aos sentimentos, nomes. Paixão, amor, tesão, ódio, ciúmes. Há quem diga que não se pode e nem se consegue nominar. Shopenhauer, Kierkegaard, Nietzsche. Mesmo assim, para tudo, um nome. Caçarola, pênis, copo, telhado, namoro, situação, aparelho, viagem, parceiro, praia, cinema. De tantas coisas nominadas. Infinitas coisas. Uma parece permanecer sem nome. Indefinida. Pendurada apenas numa pergunta:




E nós?

11 de janeiro de 2012

Do equilíbrio.

Você pensa em bolacha, eu penso no pacote.
Você se mata no cigarro e na bebida, eu já passei disso, hoje estou nos livros, bêbado nas teorias, fumo filosofia.
Você usa seu tempo sei lá com que. Eu fico imaginando no que você usa seu tempo.
Você ignora as coisas cotidianas. Eu imagino o que fazer para você parar de me ignorar.
Você gasta seu dinheiro com chips e coca-cola enquanto eu economizo para poder ir te ver.
Você tem galera, eu amigos.
Você vai ao shopping, eu escrevo artigos.
Você quer parque de diversões eu prefiro Paris.
Você brinca de romance, eu romanceio brincadeiras.
Você finge que não entende, eu finjo que não sei.
Você me toma o tempo, eu me deixo ser tomado.
Você.
Eu.
E a vida se equilibra em seus pólos.