E Deus chamou de homem. E Platão nominou. Para tudo: um nome. Ano após ano, palavra após palavra, línguas e mais línguas, nomes e mais nomes. João, Rodrigo, Pedro, Fabrício, Nikolas, Alan, Luiz. Às coisas, nomes. Aos sentimentos, nomes. Paixão, amor, tesão, ódio, ciúmes. Há quem diga que não se pode e nem se consegue nominar. Shopenhauer, Kierkegaard, Nietzsche. Mesmo assim, para tudo, um nome. Caçarola, pênis, copo, telhado, namoro, situação, aparelho, viagem, parceiro, praia, cinema. De tantas coisas nominadas. Infinitas coisas. Uma parece permanecer sem nome. Indefinida. Pendurada apenas numa pergunta:
E nós?