Você é aquele que nunca deveria ter sido.
A fraude mais verdadeira.
Meu descompasso.
Aquele da foto que odeio e procuro ver repetidamente.
A dor que fere e causa prazer.
Meu masoquismo.
Você é a consciência mais cheia de vontade de ser inconsciência.
Um descontentamento contente, infelizmente.
Minha raiva barroca.
Aquele a quem minha ignorância clama por ser ignorado.
O disco que mais gosto, mas todo riscado.
Minha inutilidade guardada.
Você, a causa das consequências.
O pretérito mais-que-perfeito de aspecto imperfectivo.
Meu particípio gerúndio.
É o ainda pedindo para ser certa vez.
A linha tênue entre meu maior ódio e meu maior amor.
É o meu você.
Pedindo.
Clamando.
Suplicando.
Para ser desvocê.