Em homenagem à minha linda amiga: Larissa Bortolli Menezes.
Ela notava e anotava. Não no bloco branco de sulfites recortadas em sua mão. Em seus olhos. Seu olhar registrava cada fração de movimento em cada pedaço de segundo. Um olhar penetrante e cheiroso. Cheirava a maresia pincelada de verde. Quando algo lhe agradava, simplesmente sorria. O canto da boca levemente levantado e um suspiro curto. Fotografava somente tudo. E o mais interessante que é conseguia enxergar cores que nem Almodóvar poderia imaginar. O olhar de uma velha albina, o cheiro dos pés franceses, a beleza dos humanos e até o enjôo dos vinhos baratos. Geralmente a vida é tão corrida, ninguém nota, exceto ela. Ela acreditava herdar tal talento da sinceridade que jamais lhe faltara. Tinha consciência de sua falta de santidade ou até de sanidade mas o coração teimava em bater compassos compreensivos, entendedores e pacificadores. Estar ao lado dela dava um misto de alívio e curiosidade. Curioso era ela não se esforçar para ser tudo aquilo. Aliviante era saber que ela existia e continuaria ali. Um dia emitira um som que ecoaria com a mesma força ,e até com maior intensidade, mesmo a anos-luz de distância. Parecia frase de pensador mas estava mais para uma interjeição. Num abrir de lábios emotivos e sorridentes talhou: "Sou apaixonada pelos humanos". O peso da oração me fez tremer. Em prece, pedi a alguém que cuidasse dela se um dia eu faltasse. Meu desejo era de levá-la ao pequeno B612, de "Le petit prince" e protegê-la numa redoma. Mas logo desistira da ideia pois ela ama a liberdade. Então decidi pegá-la pela mão e mostrar a vastidão do mundo. Foi quando notei a imagem que cintilava no desenho pitoresco da pupila de seus olhos. Uma flor. Era assim que ela via o mundo. Poderia levá-la onde quer que fosse, era isso que veria. Flores. Eu me orgulhara disso. A partir daquele dia encontrei seu nome. Flor, minha flor. Eu te amo.
Ela notava e anotava. Não no bloco branco de sulfites recortadas em sua mão. Em seus olhos. Seu olhar registrava cada fração de movimento em cada pedaço de segundo. Um olhar penetrante e cheiroso. Cheirava a maresia pincelada de verde. Quando algo lhe agradava, simplesmente sorria. O canto da boca levemente levantado e um suspiro curto. Fotografava somente tudo. E o mais interessante que é conseguia enxergar cores que nem Almodóvar poderia imaginar. O olhar de uma velha albina, o cheiro dos pés franceses, a beleza dos humanos e até o enjôo dos vinhos baratos. Geralmente a vida é tão corrida, ninguém nota, exceto ela. Ela acreditava herdar tal talento da sinceridade que jamais lhe faltara. Tinha consciência de sua falta de santidade ou até de sanidade mas o coração teimava em bater compassos compreensivos, entendedores e pacificadores. Estar ao lado dela dava um misto de alívio e curiosidade. Curioso era ela não se esforçar para ser tudo aquilo. Aliviante era saber que ela existia e continuaria ali. Um dia emitira um som que ecoaria com a mesma força ,e até com maior intensidade, mesmo a anos-luz de distância. Parecia frase de pensador mas estava mais para uma interjeição. Num abrir de lábios emotivos e sorridentes talhou: "Sou apaixonada pelos humanos". O peso da oração me fez tremer. Em prece, pedi a alguém que cuidasse dela se um dia eu faltasse. Meu desejo era de levá-la ao pequeno B612, de "Le petit prince" e protegê-la numa redoma. Mas logo desistira da ideia pois ela ama a liberdade. Então decidi pegá-la pela mão e mostrar a vastidão do mundo. Foi quando notei a imagem que cintilava no desenho pitoresco da pupila de seus olhos. Uma flor. Era assim que ela via o mundo. Poderia levá-la onde quer que fosse, era isso que veria. Flores. Eu me orgulhara disso. A partir daquele dia encontrei seu nome. Flor, minha flor. Eu te amo.