As horas passavam depressa. Não as horas, os segundos. Eu os sentia passando por mim sorrindo com ironia. Eu abraçava aquele corpo tão perto do meu. Fechava meus olhos na ânsia de parar o tempo, eternizar o momento. Em vão. Sentia o cheiro do cabelo agora mais curto, ainda tinha o mesmo cheiro. Eu não queria chorar, eu não podia. Involuntariamente senti a gota escorrer pelo rosto e escolher sua camiseta vermelha como lugar para pouso. Pensei que aquela lágrima na camiseta seria um jeito de ficar um pouco contigo mesmo indo embora, como ir à praia e recolher um pouco de areia para guardar como lembrança. Grande bobagem. A respiração ofegante que movimentava meu braço recostado naquele corpo me fez despertar. Olhei aquela sala. Por um momento pensei que tudo aquilo era pecado, mas o que meu coração sentia me absolveu. De repente começou a doer. De longe o vi vestindo suas calças, colocando a camiseta, me lembro de ter me perguntado se tinha ficado bom, não lembro se respondi. A porta se abriu, eu sabia que não voltaria ali por muito tempo, talvez nunca mais. Foi assim que entendi a dor que a felicidade pode causar.
12 de outubro de 2012
12 de janeiro de 2012
Sobre os nomes.
E Deus chamou de homem. E Platão nominou. Para tudo: um nome. Ano após ano, palavra após palavra, línguas e mais línguas, nomes e mais nomes. João, Rodrigo, Pedro, Fabrício, Nikolas, Alan, Luiz. Às coisas, nomes. Aos sentimentos, nomes. Paixão, amor, tesão, ódio, ciúmes. Há quem diga que não se pode e nem se consegue nominar. Shopenhauer, Kierkegaard, Nietzsche. Mesmo assim, para tudo, um nome. Caçarola, pênis, copo, telhado, namoro, situação, aparelho, viagem, parceiro, praia, cinema. De tantas coisas nominadas. Infinitas coisas. Uma parece permanecer sem nome. Indefinida. Pendurada apenas numa pergunta:
E nós?
11 de janeiro de 2012
Do equilíbrio.
Você pensa em bolacha, eu penso no pacote.
Você se mata no cigarro e na bebida, eu já passei disso, hoje estou nos livros, bêbado nas teorias, fumo filosofia.
Você usa seu tempo sei lá com que. Eu fico imaginando no que você usa seu tempo.
Você ignora as coisas cotidianas. Eu imagino o que fazer para você parar de me ignorar.
Você gasta seu dinheiro com chips e coca-cola enquanto eu economizo para poder ir te ver.
Você tem galera, eu amigos.
Você vai ao shopping, eu escrevo artigos.
Você quer parque de diversões eu prefiro Paris.
Você brinca de romance, eu romanceio brincadeiras.
Você finge que não entende, eu finjo que não sei.
Você me toma o tempo, eu me deixo ser tomado.
Você.
Eu.
E a vida se equilibra em seus pólos.
Você se mata no cigarro e na bebida, eu já passei disso, hoje estou nos livros, bêbado nas teorias, fumo filosofia.
Você usa seu tempo sei lá com que. Eu fico imaginando no que você usa seu tempo.
Você ignora as coisas cotidianas. Eu imagino o que fazer para você parar de me ignorar.
Você gasta seu dinheiro com chips e coca-cola enquanto eu economizo para poder ir te ver.
Você tem galera, eu amigos.
Você vai ao shopping, eu escrevo artigos.
Você quer parque de diversões eu prefiro Paris.
Você brinca de romance, eu romanceio brincadeiras.
Você finge que não entende, eu finjo que não sei.
Você me toma o tempo, eu me deixo ser tomado.
Você.
Eu.
E a vida se equilibra em seus pólos.
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