O que me toma o tempo é o tempo que o tempo me toma.
O que me toma o tempo é duo, dúbio.
É ora amor, ora ódio puro.
O que me toma o tempo é a falta.
O tempo não meu, a sobra.
Mas também me toma a surpresa do tempo doado.
O que me toma o tempo é a consciência do tempo perdido.
Tempo moído, gasto, chato.
O que me toma o tempo é o anseio por ele.
A espera, a angústia, o anseio seco e sedento.
O que me toma o tempo não é o desperdício.
Não são outros, não são só mais uns instantes, tampouco o mais um pouquinho.
O que me toma o tempo é o espaço que com ele se funde e me confunde.
O não espaço.
O não tempo.
Mas há sorte
Porque me toma mais o tempo a eternidade do abraço.
O silêncio do olhar sincero.
A mão dada na verdade.
E o desejo de tempo.
Mas há sorte
Porque me toma mais o tempo a eternidade do abraço.
O silêncio do olhar sincero.
A mão dada na verdade.
E o desejo de tempo.
E o tempo passa.
Até passar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Abra sua mente. Despeje aqui o que sente. Faz bem.