11 de novembro de 2010

Da fumaça do nosso ardor.


Ele me engolia. Nossos beijos estalavam e o som se confundia com nossos gemidos de prazer. Em algum momento não se percebia mais qual corpo era meu e qual era dele. E não queríamos dormir, tínhamos o mundo inteiro pela frente. Ele apertava meus braços abertos na cabeceira da cama e sussurrava em meu ouvido palavras de amor. Era a materialização carnal de um amor tão abstrato. Dois animais selvagens soltos deixando que seus instintos gritassem feito duas crianças famintas. Ele sabia o que fazer, parecia conhecer qualquer ponto do meu corpo, fosse o g ou qualquer outro do alfabeto de qualquer língua. O suor fazia nossos corpos brilharem  a luz das velas em torno a nós. A sintonia da natureza também nos impulsionava e simplesmente nos amávamos. E foram horas. E mais horas. Até tudo se apagar, com a ponta do meu último cigarro.

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