18 de abril de 2011

Do calor.

Quando o clima está quente fico muito bem sozinho. O calor é alegre, sorridente, de risadas e samba. Mas é só o frio chegar para eu querer reencontrar um calor. Sim, um calor. Específico. Não gosto muito de sentir saudade. Existe a saudade boa, que é aquela que a gente sabe que vai matar. Existe a saudade ruim, que não poderá mais ser curada. Mas a que mais me incomoda é aquela incerta, que você não sabe se conseguirá matar ou não. A vontade era matar mesmo. Esquartejar a saudade e queimá-la. E quando chega o frio encontro a saudade que tentava esconder numa xícara de chá que embaraça meus óculos, sentado no sofá, debaixo da coberta xadrez, assistindo a um belo drama francês. Ela queima meu coração assim como o chá quando o bebo no primeiro gole. Fecho os olhos e te imagino ao meu lado, dividindo o chá, a coberta, o filme e o calor. E como a saudade queima, sinto uma vontade de calor, mas tudo o que consigo é chorar. Choro por aquele novembro tão feliz, que ter seu toque era comum. Dia desses vi suas fotos, nossas fotos. Deu vontade de voltar, mas essa vontade ja me é tão presente que falar dela é cliché. Em uma dessas fotos estamos nos beijando. Fomos um só aquele dia, e foi bom. Agora é melhor eu parar de lembrar, porque a tarde vem caindo, e esse frio já ai congelando meu coração, fico na esperança do calor, desse calor único, que jamais esquecerei.

Um comentário:

Abra sua mente. Despeje aqui o que sente. Faz bem.