O inverno o esquentava por dentro. Seus passos crus inauguravam solitários a manhã gelada. Passava pelas vitrines fechadas e prestava atenção nos pássaros que pousavam na arquitetura velha e pichada da cena urbana. Suas roupas combinavam com o pálido céu nublado e seus óculos quadrados carregavam olhos inquietos.
O inverno a enfurecia. Seus passos cozidos repetiam o caminho da multidão que até a deixava com calor. As lojas abriam-se e os pássaros eram espantados dos prédios modernos e limpos da rua cheia de árvores. Ela odiava combinar com o dia, destoava sempre que possível, havia certa rebeldia no seu pisar, as lentes negras demonstravam.
Ele contornava as ruas, cosendo-as, parecia alguém que nunca seguia o mesmo caminho, mas ele conhecia cada esquina virada, cada prédio antigo, gostava de respirar três vezes na rua do bar do Sinvaldo, não considerava transtorno obsessivo compulsivo, era hábito. Levava um mp3, na vitrola volume médio, rock alternativo e pop meloso. Na mochila pesada o notebook, o desodorante, um caderno do ano passado, umas revistas que nunca seriam lidas e meio pacote de chips, murcho.
Ela seguia retilineamente, sem nem virar a cabeça, com passos suaves de quem passeia pela primeira vez pelo local, os prédios passavam por ela e faziam questão de refletir muito bem sua silhueta calma e vagarosa. Gostava de pisar nos pisos pretos, pulando os brancos, e queria procurar um psiquiatra por isso. No Ipod, um bom samba, bossa e MPB. Sua bolsa leve não carregava muitas coisas, a não ser a máquina fotográfica polaroid que amassava algumas fotos estranhas e uma bala de café.
Ele pegou a Consolação e começou a subir. Ela virou a Paulista, e desceu a Consolação. Ele viu uma moça estranha vindo de encontro, distraída. Ela andava pensando nas provas finais. Ele percebeu que ela se aproximava muito rápido. Ela acordou da distração com uma trombada. Ele sorriu e pediu desculpas. Ela disse que não tinha sido nada.
Nunca mais trombaram, e também nunca mais se esqueceram.
O inverno a enfurecia. Seus passos cozidos repetiam o caminho da multidão que até a deixava com calor. As lojas abriam-se e os pássaros eram espantados dos prédios modernos e limpos da rua cheia de árvores. Ela odiava combinar com o dia, destoava sempre que possível, havia certa rebeldia no seu pisar, as lentes negras demonstravam.
Ele contornava as ruas, cosendo-as, parecia alguém que nunca seguia o mesmo caminho, mas ele conhecia cada esquina virada, cada prédio antigo, gostava de respirar três vezes na rua do bar do Sinvaldo, não considerava transtorno obsessivo compulsivo, era hábito. Levava um mp3, na vitrola volume médio, rock alternativo e pop meloso. Na mochila pesada o notebook, o desodorante, um caderno do ano passado, umas revistas que nunca seriam lidas e meio pacote de chips, murcho.
Ela seguia retilineamente, sem nem virar a cabeça, com passos suaves de quem passeia pela primeira vez pelo local, os prédios passavam por ela e faziam questão de refletir muito bem sua silhueta calma e vagarosa. Gostava de pisar nos pisos pretos, pulando os brancos, e queria procurar um psiquiatra por isso. No Ipod, um bom samba, bossa e MPB. Sua bolsa leve não carregava muitas coisas, a não ser a máquina fotográfica polaroid que amassava algumas fotos estranhas e uma bala de café.
Ele pegou a Consolação e começou a subir. Ela virou a Paulista, e desceu a Consolação. Ele viu uma moça estranha vindo de encontro, distraída. Ela andava pensando nas provas finais. Ele percebeu que ela se aproximava muito rápido. Ela acordou da distração com uma trombada. Ele sorriu e pediu desculpas. Ela disse que não tinha sido nada.
Nunca mais trombaram, e também nunca mais se esqueceram.
Eu gosto dessas trombadas. São propícias para sair da rotina. E ainda têm aquelas que podem ser todo dia, se a gente gostar.
ResponderExcluirQue saudade de trombar por aqui....
ResponderExcluirAh essas trombadas...
Onde aperta pra favoritar? haha
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