4 de setembro de 2011

Pra lembrar.

- Como a gente mudou em tão pouco tempo, não acha?
- É, eu acho.
- Esses dias te vi passando pela rua, tá bonito. (...) Tá, confesso, fiquei com ciúmes.
- (...)
- Você tá feliz?
- Eu to bem.
- Fico feliz por você estar bem, vocês estarem bem.
- É, ainda bem, e você?
- To na mesma. Ainda vou ao teatro todo sábado, só não te vi mais por lá...
- Aham, ele não gosta muito de teatro...
- Pena, você gostava tanto...
- Ainda gosto.
- Aparece amanhã, tem peça nova.
- Vou tentar.
- Ai, desculpa, ele não gosta muito de mim, não é?
- Ele sente ciúmes. Sabe? Passado...
- Não, eu entendo.
- Ele tá falando em União Estável...
- Ah sim... e o que você pensa sobre isso?
- Não quero isso. Nunca precisei antes, mas ele insiste no protocolo.
- É, eu também não quereria...
- Mas você sempre falou no sonho do casamento quando estávamos juntos.
- Talvez tenha mudado de ideia agora.
- Entendi.
- O que você entendeu?
- Não, nada, só isso de mudar de ideia mesmo.
- Mais nada?
- Não, por que?
- Por nada...
- Diz...
- Desculpa, tá ficando tarde, ele já vai chegar...
- Tudo bem. De qualquer forma, te ligo às vezes, posso?
- Liga sim. Só não sei se sempre poderei atender... Nunca se sabe quando ele estará por perto.
- Tudo bem. Senti saudades.
- É, eu também... Mas é melhor desligarmos.
- Um beijo.
- Outro.

Um permaneceu deitado, pensando no que lhe passara pela vida e que deixara escapar.
Outro levantou-se para abrir a porta, o namorado chegara.


















2 comentários:

  1. T_T

    Nossa me emocionei com este. Parabens Pedro!

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  2. A vida tem dessas, né... E se... E se estivessem juntos e as coisas não fossem tão bonitas quanto a idealizamos quando não conhecemos o caminho percorrido?...

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