12 de novembro de 2010

Menina da Lua.


Ela guardava a luz dentro de uma caixinha com estampa de joaninhas. Vez em quando uma pessoa passava na rua e lá ia ela espionar a caixinha só pra aguçar a curiosidade dos errantes. Só deixava a caixinha no chão pra balançar no balanço da praça. Quando a questionavam sobre a misteriosa caixinha ela dizia que era a luz que estava guardada e que só ela poderia cuidar bem dela. As pessoas achavam estranho, e questionavam se a pobre menina dos cabelos cacheados  não teria responsáveis que a salvassem de uma possível insanidade. O fato era que ela era diferente das demais crianças. Quando sorria ninguém sabia bem ao certo porque sorria, mas sorria para as coisas mais improváveis. É que ninguém via o que ela via, só ensergavam que havia um brilho diferente naquele olhar. A caixinha sempre em sua mão, em todas as ocasiões. Num dia triste, cinza, de dor no peito, encontraram a caixinha aberta e sozinha. Não viram mais menina, não viram mais o brilho. Desconfia-se que ela foi levada, foi levada pela luz que tanto protegia.

2 comentários:

  1. O brilho foi embora porque quem brilhava era a menina.
    Lindo,lindo.

    ResponderExcluir
  2. Que lindo... e triste!! Tudo deveria brilhar com mais intensidade sempre...

    ResponderExcluir

Abra sua mente. Despeje aqui o que sente. Faz bem.