17 de novembro de 2010

Pisca-pisca.


Creydisson não gostava do Natal. Nunca conhecera Papai-Noel. Nem papai. Gostava sim de ver as luzinhas piscando nas casas, sentava nas noites de dezembro pelas ruas movimentadas e notava a felicidade das pessoas. Ele adorava sua mamãe, mas sabia que não poderia contar com ela na noite do natal, era ela quem cozinhava pras pessoas chiques. Não é que não estava acostumado, passava a maior parte do tempo longe dela, e conseguia muito bem, mas é que o natal trazia aquele sentimento de não-sei-o-que no estômago e uma vontade de chorar. Uma vez perguntaram na escolhinha o que ele gostaria de receber de presente no natal. Tinha tanta coisa que não sabia muito bem o que escolher, mas pediu um papai. Como os professores disseram que pra ganhar presente de papai-noel tinha que ser bonzinho durante o ano ele acreditou que não tinha sido tão bom assim, só um pouqinho, porque ganhou um pacotinho com umas balas, um bom-bom e desenhos de natal, mas papai mesmo, nada. Aquela noite, Creydisson desacreditou das coisas. Sentou na beira da calçada, com um pouco de frio, só de shorts, e começou a chorar. As pessoas que passavam ficavam olhando e sentindo pena. Mas Creydisson continuou lá, até adormecer, ao som de noite-feliz.

2 comentários:

  1. Ai, Pedrooo... que triste isso. Que vontade de chorar que me deu. A vida é engraçada, às vezes. Injusta, quase sempre. Que ele consiga superar. E ser mais feliz nos natais.

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  2. O Natal deveria ser bom para todos. Na verdade não só o Natal, todos os dias. A vida deveria ser boa para o geral, triste é constatar que ela não é assim e que este dia vai demorar para acontecer, se acontecer.

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