19 de fevereiro de 2011

Arzinho bom de um sábado qualquer.

O sábado amanheceu bonito, lindo. Fresquinho, de moça de vestido florido e botão de flor na cabeça. Respirar era inspirar, e inspirar inspirava qualquer canção de voz doce e violão na beira da praia. Deu vontade de deitar na rede e adormecer ao som dos pardaizinhos. A maresia no ar trazia saudade dos amigos de perto, vontade de ficar em roda só cantando e pensando nele ou nela. Vontade de chamar os amigos para aproveitar um dia de sol na cachoeira. As ruas de asfalto mais pareciam paralelepípedos e os prédios tristes me lembravam arquitetura antiga do Recife. Jurei ver umas conchinhas e uma estrela do mar, até escutei a baiana gritando acarajé. Deu vontade de ler Clarice ao som de Calcanhoto num lugar arejado e verde. Nesse roda-mundo senti os pés no chão geladinho e o ar me tomando como quem voa parado mas dentro de si. Deu vontade de ver que o mundo é bem maior, mas que o aconchego da canção singela me fazia sorrir de verdade. E num sorriso singelo arrastei o pé na areia e mirei o horizonte, que apontava o pôr-do-sol e um passarinho desenhando a noite que traria me sono tranquilo. 

3 comentários:

  1. Hummm, eu senti o sábado! Sábado bom, gostoso...cheiroso. Dá saudade já.

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  2. Que coisa linda, Pedro! Caramba, fiquei imensamente feliz em saber que o Gabi Poraí inspirou esse texto com palavras tão bonitas.

    Muito Obrigada, isso foi um presente no dia de hoje, viu? =)

    bjo gigante!!

    Gabi (Gabi Poraí)

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  3. Pedro, lendo seu texto eu pude sentir esse sábado perfeitamente.Sua habilidade em transmitir sençações e sentimentos através das palavras me encanta.

    Beijo

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